“Saímos de Aix-en-Provence animados para passar o ano novo curtindo a neve pela primeira vez. A estrada estava linda com o fim da tarde se aproximando. A medida que avançamos a paisagem pitoresca do sul da França muda e aos poucos começamos a ver as montanhas dos Alpes provençais cobertas de neve, que mais parecia açúcar de confeiteiro. Enquanto seguíamos pela estrada outra mudança foi observada dentro do carro: a temperatura só abaixava, 6°, 3°, 1°, – 1°, -3°…
Com esse frio e um vento cortante chegamos a um vilarejo chamado Vars, às 17h e já estava escuro. Do centre ville as ruazinhas levavam aos chalés e apartamentos alugados pelos turistas que frequentam a estação de esqui, muito charmosa e aconchegante.
Ficamos em um chalé mais afastado, com as montanhas brancas ao fundo cercando todo ambiente, o que foi ótimo, por que a paisagem era muito mas bonita do que a do centro movimentado. A noite não deu para ver a beleza do lugar, chegamos cansados e dormimos logo. Mas pela manhã, ao ver aquelas montanhas de cartão postal ou propaganda de chocolate suíço, o céu azul sem uma nuvem e o silêncio absoluto foi como se eu tivesse acordado para um sonho, como eu acho que deve ser o céu ou pelo menos um paraíso na terra. O momento foi único e de muita paz.
Depois de tomarmos café fomos para o centro. Eu iria esquiar pela primeira vez, estava muito animada e com medo ao mesmo tempo. Eu não sabia exatamente o que me esperava, mas depois de observar a movimentação do lugar e as pessoas com as suas roupas de esqui – que pareciam mais fantasias – uma mais bonita que a outra, fui ficando cada vez mais entusiasmada, não sabendo direito o que fazer, mas querendo me jogar no meio do que parecia ser uma bagunça: esquiadores por todo o lado, pistas de esqui de diversos níveis, teleféricos que subiam e desciam, teleféricos e gente, muita gente, por todos os cantos. Uma loucura maravilhosa!
A primeira parada foi em uma loja para alugar o esqui e as botas, estava determinada a esquiar de qualquer jeito e tentando me preparar mentalmente para não ficar com medo de cair de bunda no chão o que tinha certeza de que iria acontecer uma hora ou outra. Fui com um amigo, também iniciante, e alugamos todo material ao qual tínhamos direito.
Saímos da loja depois de meia hora, equipados e montados, tentando ficar em pé em cima daquela bota estranha e pesada própria para o esporte. Sem conseguir andar direito e completamente atrapalhados segurando os esquis enormes, fomos fazer uma aula inicial de uma hora para pelo menos aprender a andar (!) na neve.
Quando finalmente conseguimos ficar em pé e a caminhar a diversão começou, mas foi difícil, complicado mesmo. Quando vemos pessoas de todas as idades esquiando tão bem, passando zunindo, parece tão fácil, parece… Mas eu estava tão maravilhada com a experiência que queria logo descer a pista do jeito que desse.
Fomos para rampa de iniciantes, a “baby”, e ficamos olhando aquelas criancinhas de 4, 5 anos esquiando perfeitamente, passando na nossa frente e sorrindo. No fim do dia eu estava conseguindo descer a pista “baby”, mais freando do realmente esquiando, claro! Mas sentir aquele vento gelado no rosto e a sensação de leveza ao descer a pista foi indescritível e nos deixou com vontade de quero mais.
Quando o fim de semana acabou eu também estava acabada, toda dolorida e sem conseguir andar direito. Precisei de uma semana para me recuperar, mas com o coração leve em uma paz sem igual. Com certeza quero voltar e fazer tudo de novo!”
Texto Raquel Policastro Ribeiro.
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