As crianças estavam ansiosas para ver os cavaleiros.
O assunto do dia era o 6° encontro dos Templários organizado pela companhia Blancs Manteaux no castelo de La Barben, um velho conhecido. Com inúmeros quartos, cozinha, salas decoradas e um lindo jardim “à la française” ele é um excelente exemplo de como vivia uma família nobre provençal em várias épocas da Idade Média à Renascença.
Mas o objetivo neste domingo, não era visitar o castelo, nem descobrir os objetos expostos no vide grenier (visitas incluídas no preço dos ingressos: 8€/adulto e 5€/crianças), mas ver o que foi montado a alguns metros da entrada: um imenso acampamento reagrupava 44 tropas de cavaleiros de diversas Ordens vindos de toda a Europa. Italianos, russos e franceses apaixonados pela história dos cavaleiros como Laurent Martin.
Ele me contou que cada tropa tem cerca de vinte ou mais pessoas engajadas em estudar o período e descobrir cada detalhe da vida dos Cruzados. Eles se reúnem todos fins de semana com esse objetivo, mas alguns vão ainda mais longe se tornando profissionais do espetáculos fazendo parte de filmes.
Mas o encontro não visa apenas a troca de conhecimento teórico sobre os cavaleiros. Um torneio – de espadas, lanças, etc. – é organizado para eleger o campeão.
Enquanto os homens de divertiam brincando de capa e espada, as verdadeiras crianças se deliciavam com o acampamento montado. Nele, além das “lojas” que vendiam produtos feitos com receitas medievais, fantasias, jóias, livros, etc, o trabalho de resconstituição do acampamento impressionava. Mulheres faziam livros, teciam e cozinhavam. Outros trabalham no metal e relembravam danças da época. Até uma tenda com leprosos e a catraca que anunciava a passagem dos doentes mostrava como viviam os portadores da doença.
A curiosidade que nos fez espiar dentro das tendas dos nobres cavaleiros ou dos servidores mais humildes foi a mesma que nos levou a esperar um bom momento pelo “grand finale”.
Depois do vôo dos falcões, começou uma disputa por terras. Cento e cinquenta arqueiros e cavaleiros combatem observados de perto – mas não tão perto por causa da segurança – por centenas de pessoas.
Apesar das flechas com pontas protegidas e das espadas que não cortam (as espadas da Idade Média eram forjadas apenas para “quebrar as articulações” e não para perfurar ou cortar, isso apareceu muito depois), ninguém quis voltar para casa com hematomas. Esse tipo de lembrança deixamos para os bravos cavaleiros.
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15 julho 2015
16 julho 2015