Fiz essa listinha em um dia que estava com vontade de morder a parede e coloquei na geladeira para me lembrar que mãe perfeita não existe. Fique à vontade para exorcizar os seus demônios e acrescentar outras coisinhas que possa ter esquecido.
Vamos ao top 25 das coisas mais chatas com as quais passei a conviver depois da maternidade:
1-) que choro de criança pode ser mais insuportável do que qualquer chefe,
2-) que o grito de criança é ainda mais duro de suportar do que o choro,
3-) que o pacote de fraldas e a lata de leite sempre acabam no domingo,
4-) que o sonho de ver a sua menina linda vestida de bailarina termina logo na primeira aula quando ela faz cara-feia-e-empaca. Mas o espetáculo continua porque o curso já foi pago,
5-) que filho acha que mãe não se cansa, não se machuca e é imortal,
6-) que arrumar os brinquedos espalhados pelo quarto seis vezes por dia tira qualquer cidadã do sério,
7-) que ter a obrigação de cozinhar bem e equilibrado todos os dias me dá uma saudade enorme dos tempos de solteira e do “miojo” mesmo estando na França,
😎 que falar dos filhos – nossos e alheios – pode se tornar o único assunto de qualquer conversa – chata,
9-) que toda mãe acha o seu filho o mais bonito, interessante, inteligente…mesmo que seja o mais mimado, chorão, desobediente e desagradável ser que alguém possa ter parido,
10-) que repetir a mesma frase-ordem-orientação-conselho mais de cinquenta vezes por dia é o melhor exercício de paciência que pode existir,
11-) que é possível dormir e observar o bebê que está no berço ao mesmo tempo (não me peça explicações sobre isso, se você é mãe sabe do que estou falando),
12-) que na noite em que o bebê não tem cólica, não é incomodado pelos futuros dentes, não tem pesadelos, não perde a chupeta e dorme como um anjo você acorda às três e quarenta e cinco da madrugada para escutar a respiração dele,
13-) que nunca mais vamos saber o que é tranquilidade total e que a angústia de saber que eles estão bem vai nos acompanhar permanentemente,
14-) que “mudança” é sinônimo de “viagem” e qualquer passeiozinho precisa de duas horas de organização : carrinho, creme solar, lanchinho, chupeta, bicho de pelúcia, casaco…,
15-) que não há nenhum problema em interromper a mamãe quando ela está fazendo alguma coisa, principalmente se essa “alguma coisa” é uma conversa com um profissional francês no telefone,
16-) que “sogra”, “babá” e “vovó” são palavras mágicas e devem ser pronunciadas com muito carinho e respeito para não quebrar a magia e deixar você sozinha no seu reino encantado,
17-) que não adianta você entrar em uma loja pensando em você porque vai comprar mesmo algo para eles,
18-) que o único vestido que lhe chamou a atenção durante a festa do Oscar foi o da Nathalie Portman, grávida do primeiro filho,
19-) que você nem lembra mais quando é a festa do Oscar, esqueceu o que é uma boate e foi ao cinema há dois anos (eu acho…),
20-) que você passou anos estudando para obter um diploma de medicina, engenharia ou jornalismo, tem uma enorme experiência na formação de jovens profissionais, liderou equipes e não tem a menor idéia de como fazer o seu filhote parar de pinotar em frente à televisão justamente durante o único jornal que vai poder acompanhar,
21-) que deveria ser obrigatório pelo menos uma hora por dia de absoluto sossego para ler um livro, ver um filme ou olhar as vitrines para garantir a sanidade mental,
22-) que você também tem o direito de ficar emburrada, de cara feia e de “dar um gelo” quando o seu filhote fofo vira um monstrinho manipulador,
23-) que ninguém leva a sério as dificuldades de ser mãe, profissional e dona-de-casa ao mesmo tempo e das implicações que o excesso de fatiga pode causar no dia-a-dia,
24-) que quando você diz que está cansada o seu marido lembra que “todas as outras mulheres fazem o mesmo e até mais” e eu tenho vontade de entrar em greve…e passar um mês fazendo arroz com ovo (porque ficar sem sexo ninguém merece),
25-) que quando você diz que os filhos dão trabalho, todo mundo concorda e afirma que a preocupação aumenta quando eles crescem. Apesar disso você os ama mais do que qualquer coisa no mundo e por isso mesmo assim que se afasta para ir ao trabalho ou curtir um raro fim de semana a dois só pensa em voltar para perto deles e…começar tudo de novo.
One Reply to “Ser mãe sem culpa: coisas chatas que descobri com a maternidade”
16 março 2011