Há um ditado provençal que diz que “um caminho bonito nunca é longo”. Embaladas por esse pensamento, no ímpeto de realizar um sonho, foi que fizemos as malas, sem pensar nas dificuldades das línguas (francês e italiano), com muita coragem e pouca experiência e voamos em direção à França e à Itália.
A vontade, o desejo de desvendar pelo menos uma pequena parte desde celeiro de cultura, beleza, gastronomia e história. Sem nos preocuparmos com o universo de compras e o glamour de Paris e Roma, mas não deixando de passar os olhos femininos famintos pelas vitrines dessas duas maravilhosas cidades, afinal de contas ninguém é de ferro! A partir desse ponto foi que a viagem realmente começou a ficar muito interessante.
Com um GPS não muito confiável (rsrs) partimos nessa aventura que se tornou inesquecível. Tipo Thelma e Louise, mas com um começo e final feliz.
A Provence é inspiração antiga, conhecê-la alimentava nosso imaginário. Começando por Marseille, cidade portuária e uma das mais antigas da França. Mas o deslumbramento começou pelas vielas cheias de estudantes charmosos e cafés frequentados por Cézanne, fontes e flores nas janelas e uma culinária digna dos deuses… Aix-en-Provence cheia de beleza e delicadezas.
Seguimos para Orgon com sua belíssima vista do Monastére de Beauregard… Cavaillon, é preciso muito fôlego para cumprir em tão pouco tempo o roteiro que nos propusemos fazer, de qualquer forma a dica é alugar um carro para ter liberdade de parar onde o coração mandar. Até que chegamos à famosa e imponente Avignon, cidade que remonta aos anos 500 a.C que chegou a competir com Roma no controle da religião católica.
Continuando pelos caminhos provençais seguimos para a região de vinícolas de Luberon, onde conhecemos o “Château de Clapier” e degustamos vinhos deliciosos; no entanto, surpresas ainda nos esperavam, Manosque e a maravilhosa fábrica da l’Occitane. E os dias da Provence estavam terminando e tanta coisa ainda pra ver… sempre com gosto de quero mais… com direito à muitos retornos.
O que se sabe, na verdade, é uma licença poética: não existe tal região chamada Provence, ao menos oficialmente – o que descobri há pouco tempo. Onde se começa e termina a “roça” charmosa francesa, tem sido tarefa para escritores e artistas, segundo a revista “Viagem” .
Viagem de Claudia Guido e Ana Maria Morais em setembro e outubro de 2011.
Viagem, texto e fotos: Cláudia Guido.