A manhã de outono se levanta preguiçosa, mas ensolarada anunciando um dia perfeito para um passeio.
Pegamos o carro, saímos de Aix e depois de uma hora de estrada chegamos a uma cidadezinha onde as casas em pedras formam um cenário que adoro.
Depois de estacionar o carro, pausa no departamento de turismo para pegar o mapa e algumas informações sobre o local. Aqui entre nós, o mapa é praticamente desnecessário devido ao tamanho do lugar.
Na praça de la Collonne de Pétrarque estão espalhados alguns cafés, restaurantes e um museu.
Mas o que atira a atenção é o rio que corta a cidade em dois lados. As algas que se espalham pelas margens colorem a água transparente de um inacreditável verde-esmeralda. Seguir o rio até a fonte que deu nome à cidade é o nosso objetivo.
Viramos a rua à direita da praça pelo caminho de la Fontaine que sobe por 600m em uma inclinação que não mata niguém e que é amenizada pela presença das lojinhas de produtos provençais.
Mais a frente, uma imensa roda de madeira que gira incansavelmente dia e noite indica a entrada do museu do papel, que mostra uma reconstituição de equipamentos usados na Idade Média e vende os produtos artesanais derivados desse trabalho. Continuamos a nossa caminhada, enquanto o rio segue o seu curso e patos se divertem nadando contra a maré.
Nesse ponto começamos a observar os imensos rochedos que abraçam o rio e onde um castelo em ruína continua a impressionar. Mais alguns passos e finalmente chegamos à fonte. Fontaine-du-Vaucluse, significa “fonte do vale fechado”. Essa fonte que dá origem ao rio Sorgue é uma das maiores da Europa. Encrustada em uma falésia com 230m, a fonte na realidade é a saída de uma série de canais subterrâneos do rio que se reúnem à neve que vai derreter depois do inverno dos montes Vantoux, do Vaucluse e da montanha do Lure.
Sereno, o lago esverdeado parece esconder sergredos que desafiam o tempo. Até hoje, ninguém sabe ao certo a profundidade do poço. O recorde foi batido em 1989: 308m. Diante de tanto mistério, o local se tornou palco de lendas, além de um local de culto como comprovam as moedas da Antiguidade e Idade Média encontradas por mergulhadores.
Para quem quiser se aventurar pelas paredes rochosas da gruta, uma visita ao ecomuseu do Gouffre é aconselhada. O local recria cascadas, as estalagmites, os desenhos pré-históricos, enfim, tudo o que você precisa para ter a impressão de ser um espeleólogo e de visitar realmente uma caverna.
Depois do passeio, mais uma paradinha para visitar a igreja de Saint-Véran, onde colunas romanas são outras testemunhas do tempo em que Fontaine-du-Vaucluse existe, antes de escolher um dos restaurantes para um almoço com pratos da cozinha provençal revisitados.
Um dia perfeito!
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3 Replies to “A fonte encantada de Fontaine-du-Vaucluse”
17 novembro 2013
18 novembro 2013
9 dezembro 2013