Dia oito de março de 2011. A data não saiu da minha cabeça por um bom tempo. As dez da manhã em ponto (como exigia a carta que recebi em casa), na Sous-prefecture de Aix iria passar pela entrevista para o processo de naturalização. Como não fazia idéia do que iria encontrar pela frente fui com a cara, coragem e muita ansiedade me encontrar com a responsável pelo meu dossier.
Aqui vale lembrar que junto com a convocação que havia chegado alguns meses antes havia um lembrete me pedindo três documentos que faltavam: as cópias das páginas do carnet de santé com os comprovantes das vacinações do meu filho mais novo, um atestado com menos de três meses de que estou inscrita no departamento de saúde e uma carta manuscrita com os motivos pelos quais gostaria de me tornar francesa. Levei mais de um ano preparando o dossier e ele ainda não estava completo!
A entrevista começou meio tensa, mas aos poucos fui relaxando e passamos a uma conversa mais leve e descontraída. Algumas das perguntas feitas pela funcionária:
Qual era o seu nível de escolaridade quando deixou o Brasil?
- Pretende ficar aqui definitivamente?
- Você participa de alguma associação?
- No seu trabalho você fala qual língua ?
- Você e o seu marido são independentes financeiramente?
- A família continua morando no Brasil?
- Os seus amigos são franceses, brasileiros ou você se relaciona em um meio misto?
- Quanto tempo estudou francês?
Outra pausa. Em um momento começamos a conversar sobre crianças, escolas e outros assuntos mais banais. Nesse momento entendi o motivo real da entrevista: verificar se o candidato fala fluentemente o francês. Depois de uma hora a entrevista terminou com um sorriso e uma promessa de que até o fim do ano receberia uma resposta. Mas antes chegou uma nova carta com mais uma exigência. Um dos documentos não foi considerado “original” e tive que pedir ao meu irmão que me enviasse uma certidão de nascimento às pressas do Brasil ou teria que começar tudo de novo. Depois de pagar mais cento e cinquenta euro pela tradução e enviar o documento para Paris fiquei aguardando longos oito meses.
No dia 11 de novembro de 2011 recebi uma nova convocação, desta vez para receber os documentos relativos à naturalização. Agora falta dar entrada nos papéis para obter a identidade, passaporte e o título de eleitor. O processo foi longo, mas com certeza vai valer muito a pena estar com toda a documentação em dia para viver plenamente a minha nova condição de franco-brasileira.
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