Quatro meses vivendo na Provença

“Cansado da rotina de escritório e tendo sinais de fadiga física e mental, resolvi retomar um projeto muito antigo: conhecer a França e viver sua língua.  Para isto me faltava escolher o lugar, a região que pudesse oferecer o que procurava.

Foi então que através do site www.na.provence.com fui inspirado a conhecer a Provence, esta região tão viva e cheia de sabores.

As experiências começaram então por Marselha:  as primeiras visitas ao Vieux Port; a vista da Notre Dame de la Garde; o bairro Panier, que serve de inspiração para uma novela chamada Plus Belle la Vie; o passeio de barco pelas Ilês du Frioul; o Château d’If;  o bairro do Prado e suas praias; e finalmente a visita aos maravilhosos Calanques (imperdível). Tudo isto com a presença do mar do mediterrâneo e uma boa oportunidade para reflexão.

Entretanto, algo muito característico de cidades portuárias, a cidade não inspira muita segurança. Para quem gosta da vida noturna, que é o meu caso, não me sentia seguro em sair à noite desacompanhado, ou mesmo acompanhado. Nada de fato aconteceu comigo, mas era muito comum ser abordado por jovens pedindo dinheiro ou cigarro nas ruas, além de me deparar com ruas muito escuras ou mesmo um ambiente tétrico.

Contudo a cidade é muito bem conectada e servida de vôos baratos em seu aeroporto, através do qual pude visitar Paris, Roma e Lisboa e de trem pude conhecer o Principado de Mônaco, as cidades de Grasse, Cannes e Nice. Através de um serviço regional chamado “Carte Zou” da SNCF, pude comprar bilhetes com 75% de desconto e ainda permitia 50% de desconto para mais 3 acompanhantes. Nem preciso dizer que viver na Côte D’Azur foi uma experiência fantástica e principalmente renovadora!

Neste período, morei também em Aix-en-Provence, que é uma cidade linda, organizada e oferece uma experiência única em qualidade de vida com uma atmosfera jovial e charmosa. Em se tratando de segurança, exatamente o contrário de Marselha. Como esquecer o movimento intenso de pessoas do cours Mirabeau por onde passava todos dias ou sentava em um de seus restaurantes para tomar um café enquanto lia um livro ou simplesmente olhava o movimento do dia. A vibração da fonte da cidade, que vi completamente congelada durante um inverno rigoroso e incomum deste ano na região. Fazer a trilha de Cézanne, através de símbolos pregados no chão que te levam a conhecer a história do pintor. A cidade além de muitos hotéis, restaurantes, pubs, cafés, confeitarias, padarias, um mercado maravilhoso de produtos da região que são apresentados pelos produtores locais no sábado de manhã, oferece ainda muitas atividades culturais e esportivas.

Eu estudava na biblioteca da Faculdade de Direito de Aix, uma das melhores universidades do mundo e da França.

Tive também a oportunidade de passar muitas tardes nadando na piscina olímpica de Yves Blanc e acompanhar de perto os treinos das meninas no nado sincronizado.  Uma oportunidade única e muito prazerosa! Tudo isto acompanhado de muito respeito e simpatia dos franceses, contrariando os estereótipos.

Estou agora em Estrasburgo, conhecendo a região da Alsácia, completando assim quatro meses na França, mas sempre que posso compro um vinho da Provence, se possível de Aix, pois além de muito saboroso, é um motivo para renovar as lembranças e as sensações vividas nesta maravilhosa região.”

Experiências e texto de Daniel Ricardo Gonçalo.

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2 Replies to “Quatro meses vivendo na Provença”

angela rispoli
23 abril 2012
adorei Daniel esse é meu sonho,ir,estudar france e passar um tempo ai.
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Claudia
23 abril 2012
Super interessante este relato...dá vontade de fazer o mesmo, rsrsrs...beijos e boa semana!
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