A colheita das azeitonas e o azeite nas famílias italianas

Os antigos romanos classificavam o “olio di Oliva”(azeite) em cinco categorias :

  • “oleum ex albis ulivis” – que provêm das azeitonas verdes,
  • “oleum viride” – resultado do “suco” das azeitonas um pouco mais maduras,
  • “oleum maturum” – azeite feito com azeitonas maduras,
  • “oleum caducum” – feito com as azeitonas caídas no chão,
  • “oleum  cibarium” – azeite feito com as azeitonas destinas à alimentação dos escravos.

Agora que você sabe como os romanos classificavam o azeite, vamos dar um pulinho em uma propriedade na região dos Abruzzos, onde mora a família da minha irmã que vai dividir as tradições italianas com os leitores do Naprovence.com. O assunto escolhido é a colheita das azeitonas e o azeite.

Os italianos continuam usando técnicas ancestrais e familiares para fazer o azeite de oliva.

Uma tradição que começa com a colheita do fruto. Um dia antes de partir para o campo é preparada a “merenda”, quase sempre “pane e frittata” (pão e omelete), uma garrafa de vinho, frutas, café e doces.

No dia da colheita, normalmente nas primeiras semanas de novembro, toda a família parte para o campo onde estão as frondosas e antigas oliveiras, herança que passa de pai para filho. Nos terrenos de Roccascalegna e de Bomba, temos 150 pés de oliveiras, as mesmas árvores que vêm sendo colhidas por pessoas da mesma família há cinco gerações.

No processo da colheita homens e mulheres têm funções distintas. As mulheres preparam as telas que são colocadas nas bases de cada árvore ao redor da planta e ajudam a colocar as azeitonas dentro dos sacos para serem transportadas. Aos homens cabe a colheta propriamente dita feita com um instrumento – o abbachiatoere – a poda das árvores, a limpeza do terreno, a adubação das oliveiras e o transporte dos sacos com as azeitonas.

Esses dias são de festa e de aprendizado, as criancas e adolescentes aprendem a cuidar das oliveiras e também ajudam colhendo as azeitonas que caem no chão. Terminada a colheta as azeitonas são levadas para o “frantoio”. Nesse depósito os frutos são lavados e espremidos e o futuro azeite passa por várias fases: o primeiro, rico de polifenoles, è o melhor com um sabor e cheiro muito fortes e bom.

Depois da “prima spremitura” experimentamos o novo azeite no pão. A segunda e última fase rende azeites de qualidade inferior. Quem não tem oliveiras e quiser fabricar o próprio azeite pode comprar as azeitonas à 35 euro por 100kg.

Para usar o “frantoio” se paga 14 euro para 100 kg de azeitonas..Esse ano a nossa colheita foi baixa devido ao mau tempo no período da floracão das oliveiras.

Fizemos 300 kg de azeitona que correspodem a 45/60 litros de azeite, que vai ser usado por toda a família durante todo o ano.”

Texto e fotos Kaline Di Laurentiis

Tags:, , , ,

Deixe um comentário

Note: Comments on the web site reflect the views of their authors, and not necessarily the views of the bookyourtravel internet portal. You are requested to refrain from insults, swearing and vulgar expression. We reserve the right to delete any comment without notice or explanations.

Your email address will not be published. Required fields are signed with *

error: O conteúdo está protegido !!