A Rosinete não aprendeu a dirigir no Brasil. Ela acreditava que nunca iria precisar. Se tivesse a carteira brasileira teria apenas trocado por um documento francês. Um procedimento rápido e sem burocracia quando feito dentro do prazo exigido (até um ano depois da chegada no território francês).
Casada e com dois filhos as necessidades e prioridades mudaram e conduzir um veículo se tornou a primera delas. Ela nos conta a aventura de conseguir a autorização para pilotar um “bolide” por aqui.
“A longa jornada na tentativa de obter o tão sonhado direito de dirigir um carrinho começa com uma prova escrita. Nessa hora pensei que tirar a carteira de motorista na França deveria ser como no Brasil: uma semana de cursinho e depois um teste sem muita dificuldade. Assim que entrei na sala entendi que por aqui a situação muda de figura. O candidato recebe um DVD com informações e instruções que deve acompanhar na sala da auto-escola que escolher. Posso garantir que mesmo os nativos se enrolam com as perguntinhas sutis e desencorajadoras.
Tive o privilégio de passar na prova escrita depois da terceira tentativa. Detalhe: cada vez que fui reprovada tive que ficar de molho por bons dois meses na espera de uma nova oportunidade.
Depois do enorme alívio de terminar a primeira etapa – ufa! – achei que a prova prática seria muito mais fácil e rápido. Só precisava fazer o máximo de aulas por semana e em breve poderia me apresentar para a esperada prova de direção. Tinha ouvido falar que esse outro processo era muito mais lento e complicado que o primeiro. Deveria ter acreditado: foi exatamente isso que aconteceu.
Quando eu estava com muita sorte tinha duas aulas por semana. E não adianta espernear por que é a auto-escola quem manda e não você. O problema é que quando conclui as 20hrs a auto-escola achou que eu não estava preparada. Fiz mais 10 aulas: cada uma a 40 euros/hora. Felizmente consegui um desconto e paguei 300 euros.
Finalmente depois de 30hrs de aulas com a auto-escola estava apta para dirigir com o meu acompanhante para melhor me preparar. Durante esse período pude experimentar um sistema que funciona há mais ou menos dois anos e que é literalmente “uma mão na roda” para quem está aprendendo.
Depois de fazer as 20hrs obrigatórias com a auto-escola você pode dirigir acompanhado por alguém responsável, mesmo sendo adulto. Para isso o carro deve estar segurado e com todos os documentos em dia. No meu caso a “vítima” foi o Ludovic o meu marido.
Enquanto ia melhorando a minha prática o meu “responsável” ganhava alguns fios brancos. Tentei aproveitar ao máximo a experiência dele e tenho certeza que foi isso que me ajudou a economizar tempo e acima de tudo: euros! Falando em dinheiro tive que refazer as contas para lembrar quanto gastei. O primeiro pacote com aulas e apresentação de exames foi de 960 euros. Para ficar bem claro: comecei as aulas em agosto de 2010 com a auto-escola, em dezembro comecei dirigir com o meu marido e em março de 2011 é que me apresentei pela primeira vez para o exame de direção. Não passei, evidentemente, e tive que esperar outros três meses. Ah! Cada vez que me reapresentei para o exame escrito – no caso foram duas vezes – paguei 45 euros e mais 65 euros por cada prova de direção.
Finalmente passei!
Agora preciso cuidar com muito carinho dos pontinhos que são 6 e da carteira provisória que dura 3 anos. Só depois é que vou ter o direito de receber uma carteira definitiva com os 12 pontos.”
Experiência e texto Rosinete Brito.
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