Foi o meu sogro – um apaixonado pelos costumes e folclore franceses – quem me falou do gui (visco) pela primeira vez. Uma planta estranha, semi-parasita, que está sempre verde não importa a estação e que pode viver até setenta anos nos galhos mais altos dos carvalhos.
Formando bolas que parecem ninhos, o gui, que pela tradição celta era considerado « aquele que tudo cura » era a planta sagrada dos duídas que a usavam pendurada no pescoço em rituais ou na entrada das casas como forma de proteção. E como os druídas recebiam quem entrasse em suas casas com um beijo embaixo do gui para lhes desejar boa sorte vem daí o costume pagão que repetimos a cada ano na casa dos meus sogros, afinal, é sempre bom estar em família para reviver velhas e curiosas tradições mesmo que elas não façam parte das festividades cristãs.
Mas se entre familiares e amigos a intenção é desejar um bom ano, entre os enamorados o beijo sob a proteção da planta que representava a imortalidade ganha outro sentido: os apaixonados que se beijam embaixo do gui ficarão unidos por uma vida inteira. Lembra do primeiro beijo do Harry Potter e a namorada Cho (Harry Potter e a Ordem de Fênix)? Aconteceu embaixo de um gui.
E se essa tradição atravessou fronteiras e vive até hoje só pode ser tudo de bom, não?!
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